sábado, 17 de maio de 2008

Relato

Ricardo ainda manda essa merda as favas.

Ricardo por mais esforçado que fosse, não passava de um aluno mediano. Sentia que se não fosse excepcional as oportunidades seriam remotas. Abatido, descrente da perspectiva de futuro, faltava motivação. Relembra que escolheu a área motivado pelo idealismo que nos fomenta na juventude. Disperso, seu olhar atravessa a janela e se perde na longitude dos seus próprios pensamentos. Reflete que aprendeu muito nesses anos, abre um breve sorriso ao lembrar o tanto imaturo e ingênuo que era no início da vida acadêmica. Mas, agora se vê cansado, quer mudar de curso. Sempre diz que quer mandar tudo as favas e tentar algo mais promissor. Ali naquela aula entregue a mesmice do quotidiano. As palavras no quadro nada mais fazia sentido e a voz estridente da professora o irritava cada vez mais. Olhava tudo aquilo e imaginava: Será que no mundo real é assim? Olhava a sua volta e achava que no geral não passavam de um bando de burgueses pagando de intelectuais com discursos lindos e maravilhosos sobre igualdade social, politica, economia. Porém, via todos numa torre de marfim - distante do social, da realidade, do mundo real. Simplesmente, uma distância sanada com muita masturbação mental e especulações. Uma vez que se diz ser ciência, mas é mais especulações do que verdades. É a crise da Ciências Humanas. Ricardo é passivo demais. Há dois semestres amadurece a iniciativa, quer largar, mudar, crescer. É Ricardo depende de você. Claro que não é tão fácil assim, só sair e pronto. Abandonar um diploma a essa altura do campeonato. Quando pensa na família, nos amigos a incerteza aperta. Sempre pergunta se é o certo a fazer. Pensa que se não agrada para que prosseguir? É Ricardo, coragem. Se não encarar os problemas de frente, nunca conseguirá superá-los. Sabe Ricardo, aproveita enquanto você é novo, não deixe o que temos de mais precioso passar: o tempo. Depois olhar para trás o que passou e ver o que foi perdido deve ser uma frustração bem maior que essas que lhe acompanham agora. Por mais frustrante que desistir no meio do caminho parece ser, não deixa de ser louvável quando reconhecemos nossos erros. Apreender com a derrota e nunca desistir da vitória, é preciso dedicação. Mudanças geram incertezas e incertezas geram medos. Por isso, mais do que se empenhar, é preciso ter convicção nas novas escolhas - vai Ricardo, a torcida está com você!

Um comentário:

Unknown disse...

Boaaa biel... gostei da história... só achei que o nome "Gabriel" é meio fraco.. você precisava de um nome mais artístico para o protagonista da história, como Nilson por exemplo.... abraço